sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Como estou?


- Como estou? Como vão as coisas? Tudo bem, tudo em paz...melhor impossível!

 Mas confesso aqui com meus botões que o tempo passa e muitas vezes, quando as coisas não vão bem, quando não encontro eco, me dá uma vontade doida de gritar teu nome. Só pra ver onde se esconde isto que deveria retornar a nós como resposta aos nossos gestos.
  E me pergunto por que não nasci com asas, que pudessem voar até o teu infinito, onde pudesse encontrar-te. E ser bonita, tanto que pudesse agradar-te.
  E então sumir no teu abraço, e receber teu amor e dar-te o meu. Engraçado que me faz bem escrever-te sobre tal segredo, pois és meu! és meu sonho e então, percebo que em minha visão estaria sorrindo, rindo até, por que não?! ou então, muito silenciosos ficaríamos com medo de que uma palavra me acordasse do sonho e me fizesse cair novamente, das nuvens, do teu abraço, do teu amor.

  - ah!  mas tudo passa, não é mesmo? O tempo passa por minha pele como ventania, e por mim... e fico aqui em segurança, olhando o mundo com o meu melhor olhar, o de ver não o de sonhar, pois este a ti pertence.
   - Como estou? Como sempre...firmemente apoiada na realidade...vendo ainda brilho na vida ao redor, que reflete talvez do meu próprio desejo e do que ainda reste em mim de melhor...
  De resto, como tudo o que vive, envelheço, apodreço e morro lentamente... tudo parece que aqui somos dois... mas tudo bem...tá tudo em paz...nem sei porque este desassossego ainda me vem, como reflexo do sol que bate no espelho e fere os olhos! Talvez...talvez porque tenha incrível capacidade para me amoldar, me adaptar, mas não me conforme com as guerras ou com o amor que se torne grosseiro, disforme.

foto texto: Vera Alvarenga

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